“Hoje sabe-se cada vez menos,
o que significa um homem real,
único e vivo, e se entregam à morte
sob o fogo da metralha a milhares
de homens, cada um dos quais
constitui um ensaio único e
precioso da natureza.”
(Hermann Hesse)
Há uma guerra instalada e não declarada. De um lado o crime organizado e do outro as forças da segurança pública. Muito embora as autoridades não assumam tal conflito, mais por incompetência e menos por reflexão, essa guerra iniciada em São Paulo, já se alastrou por outros Estados, o que torna o conflito um assunto de ordem nacional. Era um desfecho anunciado diante das leis absurdas e ultrapassadas que regem nosso Código Penal, recheado de meandros que só favorecem os infratores.
Seria cômico se não fosse dramático, assistir as explicações do nosso Secretário de Estado da Segurança Pública, sempre ávido em afirmar aquilo que não é a realidade. Não sei em que mundo vive pois não consegue enxergar o que está diante dos olhos de todos. Os membros da Polícia Militar estão sendo dizimados como moscas, e o cidadão se recusa a admitir o real conflito que envolve a sociedade e o crime organizado.
De outro lado o Congresso Nacional não procura modificar as leis e as penas, tratando de atualizar e modernizar o Código Penal, adaptando-o aos novos tempos. Da forma como vai e a complacência com que nossas autoridades tratam deste assunto, em breve o crime organizado pedirá registro de seu partido político, e se tornará habilitado a eleger o próximo Presidente da República. Aí sim, estará decretado o estado do crime organizado, em detrimento do estado democrático do direito.
Está na hora de nossos mandatários eleitos com o nosso voto, tomarem uma atitude condizente com os cargos que ocupam, ou então, abrirem mão deles. Esta matança tem que ter um fim, pois morre mais gente em São Paulo, por dia, que neste novo conflito entre Israel e os palestinos da faixa de Gaza. E por lá eles usam mísseis balísticos, o que ainda não ocorreu por aqui, mas da forma como vai a coisa, é possível que em breve eles cruzem os céus paulistanos em busca de seus alvos.
Ou se assume uma atitude responsável, ou então é melhor cada qual procurar uma forma de salvar a própria pele. Não dá para tecer elogios à omissão.