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Relação médico paciente X Relação de consumo
Em matéria publicada no The Times na penúltima semana deste abril que se finda, Paul Krugman, Professor da Universidade de Princeton, colunista do New York Times e vencedor do Premio Nobel de Economia de 2008, em dois parágrafos distintos emitiu conceito sobre a relação médico paciente que merecem de nós toda a atenção e que raciocinemos sobre eles independentemente do contesto econômico em que foram emitidos e que afeta hoje o custeio da saúde norte americana. Passo a reproduzi-los:
“Como se tornou aceitável referir-se aos pacientes de médicos como consumidores? A relação entre paciente e médico costumava ser considerada algo especial, quase sagrado. Agora supostos reformistas falam sobre o ato de receber cuidados médicos como se não fosse diferente de comprar um carro...”
“A idéia que tudo possa ser reduzido ao dinheiro - de que médicos são apenas fornecedores vendendo serviços a consumidores de saúde - é na verdade doentia. É um sinal de que alguma coisa deu muito errado com os valores de nossa sociedade.”
Os motivos do Premio Nobel de Economia Paul Krugman é uma reação contra o posicionamento adverso do partido republicano ao Comitê Independente de Aconselhamento de Pagamentos do governo americano para reduzir os gastos com o sistema de saúde, gastos estes que a economia americana tem dificuldades de suportar.
Os meus motivos para o chamamento a reflexão são éticos, são de quem dá a Relação Médico Paciente atributo primordial, básico para uma assistência médica de qualidade e humanizada, são de quem habituado a tomar decisões de vida, que requerem vasta quantidade de conhecimentos especializados analisadas sobre inúmeros e variados padrões de apoio de diagnose e terapia, normalmente sob condições de estresse severo e precisando de uma ação imediata.
São motivos de um médico que acredita que sua ação deve ser só para beneficiar a seus pacientes e não motivo de comercio para outros profissionais que busquem apenas o lucro mercantil, o seu proveito individual.