“ Quando a política penetra
no recinto dos tribunais, a
Justiça se retira por alguma
porta. ”
(François Pierre Guizot)
Decididamente o Senador Romero Jucá resolveu assumir o personagem de bufão da corte. Como se não bastassem as propostas que apresenta, que invariavelmente o deixam agarrado em fio desencapado, agora partiu para o escrache com sua retórica relativa a surubas no Senado. Seria cômico se não fosse trágico, mas infelizmente é uma demonstração inequívoca da forma decadente em que se encontra o seu partido -o PMDB- cuja história vem sendo dilapidada por elementos iguais a ele.
Em uma entrevista a um jornal da Capital, o referido representante do povo resolveu comentar o fim do foro privilegiado, saindo-se com esta frase lapidar: “Se acabar com o foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, não uma suruba selecionada”. Não é à toa que recentemente, ao chegar no aeroporto de Boa vista, por pouco não teve o lombo escovado por populares que o aguardavam para esculhamba-lo com os mais variados adjetivos.
Esta figura caótica nada mais é do que o líder do governo no Senado, o que por si só, é uma afirmação de que esse governo não vai a lugar nenhum. Aliás, tem um vidente afirmando que o senhor Temer não vai aguentar a pressão e vai largar o cargo, o que por certo jogará o país em uma confusão total. Mas tem uma frase do grande artista Charles Chaplin, que fala sobre o caos produzido pelo choque dos planetas, e que desse caos nascem as estrelas. Que assim seja.
Por outro lado, tivemos a indicação do ex-Ministro Alexandre Moraes para o STF. Polêmicas à parte, esta pratica de nomeação de magistrados para mais alta corte do país, precisa ter um fim. Em uma democracia que se quer, e uma justiça que seja igual para todos, nada como a realização de concurso público para tais cargos. O nomeado leva consigo a dívida de gratidão para com quem o nomeou, e daí, ocorrem determinados fatos que geram suspeição por parte da população.
E para alegrar ainda mais o nosso carnaval de surubagens, tivemos a delação do senhor José Yunes, que entregou Deus e o diabo na terra do sol. Todos os dias novos escândalos são divulgados, acrescentando mais milhões de reais na conta da gatunagem por parte de elementos da classe política. Tenho a impressão que quando essas operações, tipo Lava Jato, terminarem suas tarefas e começarem a encarcerar essa corja de raposas felpudas, teremos que construir vários presídios no país.
Enquanto isso, o povão alienado só pensa em carnaval, em se divertir, pular, sambar, beber e acrescentar mais contas em suas dívidas. Lamentavelmente a nossa sociedade ainda não acordou para o destino que a aguarda. Quem viver, verá.