Ministério do Trabalho e Emprego marcou nessa redonda para segunda-feira (8), com as partes envolvidas.
Localizada no bairro Alemoa, a Vopak Brasil SA, fundada em 1974, intitula-se uma das maiores operadoras de terminais de líquidos e liquefeitos, com receita anual de R$ 100 milhões.
O Grupo Vetor L. Mathias, por sua vez, alega, em seu site, dominar o segmento de fabricação e montagem de tanques. Fundado em 1987, ele foi dispensado pela Vopak em maio passado.
A empresa principal diz que a terceirizada não cumpriu prazos para construção de quatro tanques e que não a quer mais em seu terminal da Av. Vereador Alfredo das Neves, 1055.
O resultado dessa revogação de contrato é que os 80 trabalhadores da empreiteira foram demitidos. Pior: não receberam os direitos trabalhistas das rescisões contratuais.
Diante disso, o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos) fez uma assembleia com os operários, no início da semana, na porta da empresa.
Mar, rocha e marisco - Após a reunião, organizada pelo vice-presidente do sindicato, Luiz Carlos de Andrade, os trabalhadores decidiram recorrer ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segundo o sindicalista, a empreiteira argumenta não ter recebido R$ 1 milhão e 800 que a Vopak estaria lhe devendo. A empresa, por sua vez, nega qualquer dívida com a terceirizada.
“Assim, na briga do mar com a rocha”, pondera Luiz Carlos, “o marisco acaba se dando mal. O sindicato e os trabalhadores não aceitam. Vamos brigar até a última instância”.
De início, o escritório local do MTE marcou mesa-redonda entre o sindicato, a empreiteira e a empresa para as 11 horas de segunda-feira (8), na Praça José Bonifácio, 53, Centro de Santos.
Viola, pão e bolor - O presidente do sindicato, Macaé Marcos Braz de Oliveira, lamenta a postura das duas empresas: “Fazem um jogo de empurra, transferindo responsabilidades, enquanto os trabalhadores ficam sem os direitos”.
“Por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento”, diz Macaé, referindo-se aos sites das duas empresas, “onde tudo é colorido, bonito e positivo. Os operários que o digam”. (Foto: Vespasiano Rocha)