Dezenas de sindicatos da Baixada Santista e Litoral estão convidados para reunião, na terça-feira (3), sobre os efeitos da desativação das áreas primárias da Usiminas na região.
O debate, às 15h, será no Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos), na Rua Júlio Conceição, 102, em Santos, que representa 3 mil terceirizados em atividade na fábrica de aço.
A iniciativa de convocar a reunião partiu do presidente do Sindicato dos Trabalhadores Químicos e coordenador da Central Força Sindical na região, Herbert Passos Filho.
A desativação na siderúrgica, dentro dos próximos quatro meses, foi anunciada na quinta-feira (29), pela própria Usiminas, e poderá resultar milhares de demissões diretas na empresa.
O presidente do Sintracomos, Macaé Marcos Braz de Oliveira, está preocupado também com os trabalhadores das 18 empreiteiras que prestam serviços à fábrica de aço.
Para o sindicalista, “são 3 mil famílias, perto de 10 mil pessoas, preocupadas com a possibilidade de desemprego e comprometimento de seu futuro imediato”.
“Ainda que a Usiminas diga tratar-se de desativação temporária, não se sabe se ela será definitiva”, adverte Macaé. Segundo ele, há rumores de que a empresa poderia transformar sua atividade industrial em portuária, o que resultaria em milhares de demissões.
“Nós, trabalhadores, somos vítimas da enorme crise capitalista que assola o planeta, onde a imensa maioria é vítima dos poucos que dominam o chamado ‘mercado’”, lamenta Macaé.
A Usiminas desativará as sinterizações, coquerias, o segundo alto-forno – foto - (o primeiro foi paralisado em maio), aciaria e atividades associadas a essas áreas. A estimativa é que o processo seja concluído entre três e quatro meses, conforme o anúncio da empresa.
O Sintracomos terminou, recentemente, após 26 dias de greve, uma campanha salarial vitoriosa. Com data-base em agosto, a categoria conseguiu correção salarial de 10%, com pagamento de 16 dias de paralisação e compensação de dez.
Os operários garantiram ainda uma participação nos lucros ou resultados (PLR) de R$ 1.100 e elevaram o tíquete-alimentação de R$ 150 para R$ 165, embora façam as refeições no trabalho. Para Macaé, “foi um resultado bastante positivo”.
“Infelizmente, nos deparamos agora com essa notícia bombástica da Usiminas”, diz o sindicalista, que marcará uma reunião de diretoria, para a próxima semana, a fim de debater o problema. Para ele, “o enfrentamento da crise tem que ser coletivo e não individual”.
“Não resolverá o Sintracomos adotar medidas próprias e o mesmo ser feito pelos sindicatos dos metalúrgicos e de trabalhadores em refeições coletivas, para citar apenas três. Temos que pensar em bloco, inclusive com outros segmentos sociais, empresariais e políticos”, defende Macaé. (Foto: Arquivo)