Apesar da dor, o Ba-bhainas semTabuleiro, um dos mais antigos blocos do Estado de São Paulo, neste domingo (3), foi para as ruas de São Vicente arrastando, como sempre, uma multidão (segundo a direção, cerca de 50 mil foliões). Mas neste ano, apesar da alegria, uma dor: a morte de Regina Dias Fernandes, única mulher a ter presidido o bloco.
Regina faleceu ontem, sábado (2), e a direção entendeu que o desfile não deveria ser suspenso, pelo contrário, deveria ir às ruas e dividir com todos, a dor do passamento da mulher que por anos, ajudou a Cidade de São Vicente e o Bloco Ba-Bhaianas a preservarem a tradição que teve início em 1936, com a família Sbravatti, no bairro Catiapoã.
Tombado como patrimônio imaterial de São Vicente, o Ba-bhaianas, neste domingo provocou uma forte emoção que contagiou a multidão que seguia, na avenida da praia, já no Gonzaguinha. Em meio à folia embalada pela música bastante alta, do carro de som, um pedido de silêncio.
Parou a música, parou a gritaria e a voz de Nazir Estefan (72 anos), um dos mais antigos participantes do bloco (desfila há 57 anos), se faz ouvir. Naquele momento, Nazir comunicava aos que ainda não tinham conhecimento, que Regina Dias, ex-presidente, tinha sido sepultada pouco antes do bloco tomar as ruas. Sua voz embargada silenciou e quase um minuto de aplausos se vez ouvir na avenida em homenagem àquela que um dia o havia sucedido na presidência do Ba-bhaianas.
Depois da homenagem o bloco continuou serpenteando pela avenida da praia e a multidão pulou no Domingo de Carnaval até o entardecer. (Foto: Divulgação)